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A Realidade E Um Continnum

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09 de May de 2008, às 18h58 por 143.107.51.232 -
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24 de April de 2008, às 19h50 por 201.20.227.123 -
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A realidade é um "continuum"

Os numerosos estudos de diferenças entre os sexos e o igualmente cômico gênero
de produções teatrais "Marte/Vênus" são misteriosos e desafiadores.
Certamente eles demonstram o incômodo ressurgimento do desenfreado
obscurantismo e persistente relativismo que continua a confundir a ciência
com crenças ainda bastante difundidas baseadas em religião, mitos e outras
tradições. De fato, falar sobre gênero e estudar as diferenças entre homens e
mulheres, é base da mais fundamental forma de sexismo da mesma maneira que os
estudos das diferenças raciais refletem seu subjacente racismo fundamentado,
dado que estes estudos negam que a natureza fundamentalmente é expressa em
um "continuum", especialmente gênero, sexo e pigmentação. Sem dúvidas, isso
se deve à natureza sexista da ciência exata que continua em grande medida
mesmo hoje.

Ciência sexista

A biologia, a ciência dos organismos vivos, e assim a ciência exata mais
próxima das ciências sociais, é sem dúvida a principal culpada. Persistir na
classificação de organismos vivos em duas discretas categorias é evidência de
imperdoável desonestidade intelectual na parte de qualquer biólogo
respeitável. Este dimorfismo sexual presumido é uma decepção. Tendo dois
braços, dois olhos e duas bolas, os homens, que históricamente têm sido
aqueles que construíram a estrutura das ciências biológicas têm sido incapazes
de imaginar um mundo não-binário. Felizmente a biologia evoluiu-se, em
particular por observações feitas em relação a "hermafroditas" ou indivíduos
intersexuais, que existem em todas as espécies animais, de modo que hoje a
idéia de que sexo é expresso como um "continuum" aparece evidente para
muitos.

A matemática, que lida com objetos abstratos, fala sobre funções contínuas e
descontínuas e nos ensina a distinção entre um quadrado e um círculo. Estas
são ferramentas poderosas para vários modelos conceituais, entre outras
funções, se usados como previsto. Têm sido tentador aplicar a teoria das
partes para classificar seres humanos em categorias mas o fato é que partes
separadas podem ser visualizadas apenas na nossa imaginação, descontinuidade
NÃO EXISTE no mundo que nos cerca. É uma abstração.

Na física, mesmo que alguns modelos científicos usem a noção de
descontinuidade, é porque tais modelos podem ajudar na consideração a alguns
fenômenos observáveis e em fazer previsões baseadas. Entretanto, estes
modelos permanecem simplificações da realidade. Assim, os discretos níveis de
energia quantica mecânica dependem de tendências estatísticas e apenas
superficialmente ocultam o subjacente contínuum da matéria e energia!
Mesmo "liga/desliga" e 0/1 não são estados completamente discretos (um
interruptor nunca está completamente ligado ou desligado); normalmente o
tempo é um fator onde se permite falar sobre transição (que é de novo um
continuum) no caso e por outro lado para descrever transições em termos da
existência de duas discretas categorias.

Classificação para os propósitos de uma segregação mais "efetiva"

Como oposto às classes de objetos abstratos com propriedades perceptíveis, as
classificações de esquemas do mundo natural são inerentemente arbitrárias e
quando lidando com a espécie humana, provavelmente possuem um único objetivo:
discriminação e segregação. Eles podem ser úteis (por razões demográficas,
epidemiológicas e sociológicas) em trazer tratamentos e análizes baseados em
diferenças de traços específicos humanos mas é necessário jamais perder de
vista o fato de que cada traço é apenas um de numerosas facetas que fazem um
organismo complexo (o corpo humano, a humanidade em geral) que está
continuamente em interação com o ambiente e constantemente evoluindo. Todo
sistema de classificação que tende a definir ou estabilizar diferenças fixas
entre todos os seres humanos é extremamente suspeito.

A conceitualização de sexo como invariável (nota: na matemática, invariável é
algo que não se altera sob um conjunto de transformações) dentro da população
humana e fazer disso os fundamentos da nossa sociedade leva diretamente ao
sexismo. O conceito de gênero, mesmo que nos permita esclarecer e provar a
discriminação sexista é uma realidade, é também um modelo imperfeito, e em
muitos casos pode promover mais sexismo. Os gêneros binários são tão
abstratos como um quadrado ou um círculo e é freqüentemente usado em uma
maneira que parece impor divisões binárias e classificações em todas as
variações sexuais humanas que são reais, não abstrações, e que são infinitas.
Como resultado desta abstração social construída de gênero como binário,
pessoas são excluídas, escravizadas, normalizadas e mutiladas.

Pensar além de gênero é indispensável se desejamos uma sociedade mais aberta e
diversa. Mas é isso o que nós realmente queremos? Se a resposta for sim,
vamos aceitas o "continuum" da diversidade no mundo e deixar a lógica binária
para os computadores!

Por Tanguy Pinxteren, membro da OII
http://www.intersexualite.org/Europe-Index.html
e Co-fundador da Genres Pluriels
http://www.genrespluriels.be/

Artigo originalmente em Françês e traduzido para o português por Aline de
Freitas a partir da versão em inglês de Curtis E. Hinkle

Versão original em Francês: http://www.genrespluriels.be/spip.php?article74
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Pagina modificada em 09 de May de 2008, às 18h58