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Quinze Perguntas Para Carol J Adams

Publicado em Outubro de 2003 Usado sob permissão de: Harvard Crimson Por ELIZABETH W. GREEN Crimson Staff Writer

Carol J. Adams, autora de The Sexual Politics of Meat (As políticas sexuais da carne) e The Pornography of Meat (A pornografia da carne), tornou-se conhecida nos círculos teóricos feminista-vegan quando ela ligou a opressão das “espécies” a opressão de gênero. Ela argumenta que a objetivação da mulher e animais seguem o mesmo caminho: ambos sexos e animais são sexualizados, desumanizados e ambos sofrem abuso. FM conversou com ela depois dela ter falado no Quincy House e no curso de Direito semana passada.

1.Você era vista pelo campus como “teórica feminista-vegetariana” oferecendo uma “análise ecofeminista da opressão interconectada do sexismo, racismo e especismo”. Na sua apresentação no Quincy House na semana passada você disse que aspargo era um símbolo fálico e salsinha representava pelos pubianos. Nós realmente devemos levar você a sério?
Desde quando um cigarro é apenas um cigarro e um aspargo é apenas um aspargo? A maioria das pessoas não estão acostumadas a olhar as coisas fora da maneira que elas foram ensinadas. Imagens que estão na nossa frente e são naturalmente opressivas, e aumentam a dominância animalizando mulheres e feminilizando animais não-humanos- ambos servindo como meios de consumo.

2. A banda de rock Consolidated canta uma música com você no álbum Friendly Fascism. Você se consideram uma feminista amigável?
Todos os planos foram concluídos com apertos de mão e sorrisos.

3.Você destaca uma variedade de imagens pornográficas em seus livros e palestras. Ninguém nunca chegou numa palestra sua e ficou desapontado por descobrir que você fala sobre ecofeminismo?
Sim, e é por isso que nós não temos mais a taxa para sair das palestras.

4.Você cunhou o termo ‘antropornográfico’. Você pode definir esse termo com referência na popular série de ficção científica "Animorphs"?
Antropornografia é descrição de não-humanos como animais-prostitutos que tem desejo de serem comidos. Da Vanity Fair desse mês com uma galinha morta de salto alto, até “Turkey Hooker” o sofrimento animal é construído de uma maneira sexualmente divertida. Com a antropornografia a desigualdade das espécies expressa a desigualdade de gênero; desejo esconde dominância. Enquanto vegetarianos, vegans e ativistas pelos direitos dos animais são acusados de antropomorfizar - dar qualidades humanas para animais não-humanos- parece que quem realmente faz isso são os carnívoros e antropomórficos. Ativistas pelo direito dos animais sabem que animais são como humanos porque humanos são animais. “Animorphs” parece ser um simpático e mágico tema, sugere alguma verdade também.

5. Eu iria perguntar qual seu animal antropornográfico preferido, mas eu sinto que isso nos levaria a uma situação delicada. Então: se você pudesse escolher alguma personalidade antropornográfica para dar um soco na cara, qual seria?
Pessoalmente eu acredito em não-violência, mas alguns amigos se ofereceram para bater no Hugh Heifer por mim.

6. Você tem algum animal de estimação?
Não.

7.Você tem algo contra animais selvagens matarem outros animais e come-los?
É sempre fascinante como carnívoros se tornam obcecados com os hábitos alimentares de lobos e leões e hienas quando começamos a discutir como animais de fazenda são criados em armazéns, alimentados com jornais e reciclam pedaços de outros herbívoros e então acontece uma carnificina. Vamos ver, são os lobos ou carnívoros humanos que poderiam viver comendo tofu, tempeh e outras proteínas vegetais?

8. Você é ultra radical contra a pornografia e o estupro. Mas alguns argumentam que a mostra dada pela pornografia na verdade previne a violência sexual. Alguma sugestão para um significado alternativo de mostra dada pela pornografia?
Martha Vicinus explica o problema definindo a sexualidade como “predominantemente masculina e heterossexual” no ponto de vista: “ a sexualidade no geral é definida nos termos do orgasmo masculino; é como se fosse uma força poderosa que é construída até quando é expelida numa única ejaculação” Quando nós tivermos igualdade nós talvez conseguiremos considerar uma sexualidade que não exija objetos.

9. Qual seu prato vegan preferido?
Ravioli com pesto e ricota de tofu feito em casa.

10. Quando a vice diretora do Quincy house,Jayne Loader, te apresentou semana passada ela disse que quando se vê num dilema ético ela se pergunta “O que Carol faria?”. Vamos dizer que você tivesse que escolher entre comer um lombo inteiro e revogar a Emenda 19. O que Carol faria?
Ela estava querendo dizer que essa questão participa num jogo mental Cartesiano, um ponto de vista que aparece no privilégio masculino que vê tudo sendo feito de idéias, de abstrações; É o mesmo ponto de vista que acredita que as mulheres não deveriam votar e que os lombos não tem sentimentos ou costelas- apenas responde para outra pessoa se sentir desconfortável.

11. No filme American Pie, uma torta de maça serve para despertar a sexualidade de um jovem. Como tortas de maça não contém carne ou derivados, e pode ser feita sem leite, você aprova nesse momento a ‘sexualização’ de produtos comestíveis?
Acho que demonstra profundo respeito para Portnoy’s Complaint, onde ele se masturba com um pedaço de fígado.

12. Eu sou carnívoro, ou como você chama um “vegetariano bloqueado”. Eu irei pro inferno?
Não, você está vivendo nele agora. Você acha que mudar é muito difícil; não mudar é mais difícil, você ainda não percebeu, apenas.

13.Você disse no jantar no Quincy que você teve a idéia para o The Sexual Politics of Meat enquanto andava pelas ruas de Cambridge. O que tinha na rua que te fez pensar?
Foi o ato de andar que é importante nisso. Andando, porque é rítmico, ajuda o cérebro a ter idéias.

14. Você fala sobre especismo ou espécies oprimidas. Fora não comer carne, o que mais nós devemos fazer para elevar a posição dos animais na sociedade?
Pedestais sempre trabalham em último caso. Estou interessada em falar para os humanos pararem de ver os animais não-humanos como deles, para usar, comer, fazer experimentos com armas ou roupas. É curioso como os humanos são dependentes do conceito da existência dos animais como o oposto, o menos importante, os dominados, os que são passíveis de virar comida a qualquer momento.

15. Você tem feito palestras em muitas universidades pelo país. Tenho certeza que nem todas platéias te receberam bem. Qual foi a pior recepção que você recebeu?
Biscoito seco e suco de uva estragado, mas ainda bem, ninguém nunca preparou animais mortos ou ovo de galinha.

livre-tradução:carla

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